JORNALISMO

Situação do RJ vira Sensacionalismo na mídia

29 novembro 2010

O Rio de Janeiro viveu nos últimos dias momentos de extrema violência. Depois de manter as favelas abandonadas por décadas, o Estado resolveu lembrar delas e ocupá-las com seu aparelho de repressão. Os traficantes que comandavam os morros invadidos pela polícia e pelo exército tentaram resistir ou fugir, e o conflito se estabeleceu . No meio disso tudo, muitos moradores que pouco ou nada tinham a ver com o tráfico sofreram nas mãos da polícia, viram suas casas invadidas, depredadas e roubadas, mas isso pouco saiu na mídia.

A cobertura da imprensa brasileira foi ampla, gigantesca. Canais pagos de televisão transmitindo imagens ao vivo por horas ininterruptas, canais abertos interrompendo suas programações e dedicando telejornais quase inteiros para o assunto, portais com todas as manchetes principais da capa tratando do Rio de Janeiro, jornais impressos com páginas e mais páginas trazendo grandes fotos do confronto.

Entre boas imagens e pouco conteúdo de qualidade, a cobertura de um modo geral foi absolutamente favorável à ação policial. Exaltou-se a “guerra”, conceituação que remete irremediavelmente e tolera muitas “baixas”, cria um clima de permissividade a atos mais violentos. Exaltou-se a força e a união entre polícias civil e militar e exército. A adrenalina no ar era verdadeira, mas a espetacularização leva sempre à perda da profundidade analítica, leva sempre ao subentendimento das circunstâncias.

O clima de Tropa de Elite 3 criado em parte pelos fatos, mas, em boa parte, pela mídia, faz tudo parecer um filme ou um jogo de vídeo game, e aí perde-se pelo caminho a importância humanitária do que acontecia lá, com pessoas morrendo de lado a lado, outras vendo suas casas invadidas, sua privacidade violada, seus direitos desrespeitados. Esse lado das ações policiais apenas agora começa a vir à tona. E muito brevemente. Uma matéria sobre esses abusos foi ao ar nesta segunda no Jornal Nacional, ficou por pouco tempo na capa da Globo.com e já desapareceu.

O apoio da mídia foi grande a ponto de ser desproporcional e causar estranheza. A heroização da polícia sugere uma onda conservadora, de apoio à repressão armada, apoio ao tratamento do problema da violência como uma questão puramente de polícia, sem identificar as profundas raízes sociais da questão.

O jornal gaúcho Zero Hora, por exemplo, teve a cada edição uma matéria que pouco mais fazia do que fazer de um conflito dessa envergadura um circo. Destaque para três matérias. Na sexta-feira, entrevista com José Padilha, diretor de Tropa de Elite. Domingo, “A análise do ‘Capitão Nascimento’” é uma das chamadas de capa, para uma entrevista com o ex-capitão do Bope Rodrigo Pimentel. Nesta segunda-feira, por fim, as páginas 4 e 5 são dedicadas ao “Tabuleiro da asfixia ao tráfico”. A arte gráfica, bem feita, traz bonequinhos como os antigos brinquedos de “forte apache”, e um tabuleiro ao melhor estilo “War” ocupando as duas páginas.

As tentativas insistentes de passar-se a impressão de total apoio popular às ações policiais exageraram um sentimento que realmente parece existir, criando descrédito nos leitores e telespectadores mais atentos. Essa ideia foi reiterada dia a dia, sem qualquer questionamento. O fotógrafo Rafael Vilela, em um comentário aqui no Jornalismo B, chama atenção para uma legenda em fotos da Folha Online, que diz: “Moradores participam de manifestação em apoio à operação militar no Complexo do Alemão, no Rio”. A foto, porém, mostra pessoas com cartazes pedindo paz, “Guerra não” e até “Governo incoerente / somos inocentes”. Para a Folha, isso é apoio à operação militar.

Vale destacar como fator positivo na cobertura o bom trabalho dos repórteres fotográficos de diversos veículos, que demonstraram mais uma vez a alta qualidade do fotojornalismo brasileiro nas mais variadas situações.

por Alexandre Haubrich

 


Tiririca renderá R$ 2,7 milhões por ano para seu partido

Por Daniel Bramatti, estadao.com.br,
Atualizado: 22/11/2010 | 0:42
ESTADÃO
Ao fazer do palhaço Tiririca sua principal aposta eleitoral em São Paulo, o PR o transformou não apenas em puxador de votos, mas também em ‘puxador de dinheiro’. Os mais de 1,3 milhões de eleitores que consagraram o deputado eleito valerão para sua legenda cerca de R$ 2,7 milhões por ano no rateio do Fundo Partidário. Esse ‘bônus Tiririca’ equivale a mais de cinco vezes o valor aplicado pelo partido na campanha do candidato, na qual se apresentou como ‘abestado’ e celebrizou o slogan ‘pior que tá, não fica’.
O Fundo Partidário é formado por recursos públicos e dividido de acordo com a votação de cada legenda. Graças ao desempenho eleitoral deste ano, o Partido da República – chamado por alguns de seus próprios líderes de ‘Partido de Resultados’ – vai elevar de 4,5% para cerca de 7,5% a sua fatia no bolo de R$ 201 milhões do fundo. Sua receita anual deve subir de cerca de R$ 8 milhões para pelo menos R$ 14 milhões.
Tiririca, que teve 6,4% dos votos para a Câmara dos Deputados em São Paulo, é o principal responsável por esse avanço, mas não o único. Em outros quatro Estados o deputado federal mais votado é do PR. Três deles tiveram até mais eleitores que o palhaço, em termos proporcionais – um exemplo é o ex-governador Anthony Garotinho, que teve 8,7% dos votos no Rio.
Nos últimos quatro anos, o PR ampliou sua bancada na Câmara de 23 para 41 deputados – o que elevará em 64% seu tempo de TV e seu cacife nas negociações de alianças.
O desempenho é resultado de uma estratégia que tem como figura central o deputado reeleito Valdemar Costa Neto (SP). Mentor da candidatura Tiririca, ele levou o partido a conquistar votos de eleitores desencantados com a política e com escândalos que, paradoxalmente, envolveram o próprio PR. Costa Neto é réu no processo do mensalão e, em 2005, renunciou ao mandato para evitar a cassação.
Na televisão, o puxador de votos do PR fez do deboche do mundo político sua plataforma de campanha. ‘O que é que faz um deputado federal? Na realidade, eu não sei. Mas vote em mim que depois eu te conto’, afirmou Tiririca, em uma de suas primeiras aparições. Enquanto o humorista celebrava a ignorância em relação ao próprio papel, seus correligionários comemoravam o acerto da aposta: já no início de setembro ele aparecia em primeiro lugar nas pesquisas de intenção de voto para a Câmara.
Questionado sobre a futura aplicação dos recursos extras, o PR informou que ela atenderá ‘aos parâmetros que sempre orientaram a legenda, com ênfase para a inserção social do partido e a difusão dos ideais republicanos’
FLAWLESS VICTORY !!

Aos meus parceiros de classe, os futuros jornalistas pt 2

Segue mais um livro que é a cara do prof. Sidney rsrsrsrsrs. “Ensino do Jornalismo em Redes de Alta Velocidade”.


Aos meus parceiros de classe, os futuros jornalistas…

Disponibilizo neste post o livro “Manual de Laboratório de Jornalismo na Internet” , vale muito a pena conferir !!!

Ps: Vai ter que rolar aquela coca-cola.

Abraços !


FOI A PRIVATIZAÇÃO QUEM POPULARIZOU OS CELULARES ?

A gigantesca expansão do número de telefones celulares no Brasil é um dado muito positivo. Ainda que, sociologicamente, várias questões controversas possam ser colocadas a esse crescimento, fato é que o celular está mais do que popularizado, o que facilita a comunicação e reduz, nesse aspecto, a capitalisticamente intransponível barreira entre as classes.

Como aconteceu com os rádios, as televisões e, aos poucos, vai acontecendo com os computadores, essa popularização tem quase tudo a ver com dois fatores: aumento do poder aquisitivo das classes mais baixas e, especialmente, expansão tecnológica. Porém, no caso da telefonia, parte da mídia brasileira, em defesa de políticas neoliberais, insiste em usar a questão da telefonia como exemplo de como a política de privatizações traria bons resultados para todos.

Esse é o caso de reportagem de dois minutos veiculada nesta quinta-feira no Jornal Nacional. A ode à privatização é a tônica da matéria, que trata originalmente do dado que aponta mais celulares do que pessoas no Brasil. Já são mais de 194 milhões de aparelhos no país.

A repórter Delis Ortiz tenta fazer da popularização do aparelho uma causa ganha pela privatização. Seu texto diz: “Em 90, quando chegou ao Brasil, era privilégio de poucos. Mas isso virou museu, passado. Depois da privatização do setor, em 1998, o número de linhas de telefones móveis saltou (…)”. Ou seja: para ela, a privatização ajudou o povo. O gráfico que a própria matéria apresenta, porém, mostra que o crescimento foi gradual, não foi de uma hora para outra, com a privatização, que o celular ganhou as ruas.

Tem mais: “Um setor totalmente privatizado, e sujeito à concorrência. O consumidor saiu ganhando”, diz a repórter, antes de Evilene Souza, empregada doméstica, complementar: “antes a gente mais simples não podia ter um aparelho telefônico, só quem tinha condição, que era rico. Hoje em dia o pobre pode ter”.

Não posso acreditar que a entrevistada tenha sido perguntada sobre a privatização do setor de telefonias. Foi perguntada, imagino, sobre a melhora no serviço de celular e a popularização dos aparelhos, e deu a resposta óbvia. Mas, com a edição da matéria, parece que a resposta realmente complementa o texto de Delis, corroborando a tese de que é a privatização a responsável pela melhoria inegável.

Apenas com um minuto e meio de uma matéria de dois minutos aparece, rapidamente, uma declaração de Ronaldo Sardenberg, presidente da Anatel, que afirma que o aumento do poder aquisitivo “foi fundamental para a multiplicação dos celulares do país”. Eduardo Levy, diretor-executivo da SinditeleBrasil, é a única fonte especializada entrevista na reportagem, além do presidente da Anatel. E também não fala na privatização como determinante, assim como as pessoas entrevistadas nas ruas. Absolutamente nenhuma fonte cita esse fator. Apenas a repórter o faz, mais uma demonstração de que a pauta já estava direcionada antes mesmo de ser buscada.

por

Alexandre Haubrich

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Nasce um projeto para os fans de E-Book

book

Uma nova modalidade de leitor de e-books está surgindo: a tela de seu computador. Um projeto do Inventive Labs, chamado Monocle, permite que livros sejam colocados de maneira simples em páginas Web, possibilitando uma leitura bastante confortável. O projeto é open source.

A iniciativa ainda está em seus princípios, mas você pode experimentar um livro clicando na imagem e ter mais informações no site do Monocle.

Campanha em vídeo viral para sexo seguro vira polêmica

Um vídeo interativo, parte de uma campanha do Serviço Nacional de Saúde Britânico (NHS) pelo uso de camisinha, está causando polêmica. O vídeo – que o NHS decidiu colocar diretamente no YouTube como melhor veículo para sua divulgação – mostra um grupo de adolescentes e as escolhas que fazem, comprando ou não condons numa loja de conveniência, antes de irem a uma festa.

A idéia é que o vídeo se torne viral, mas várias ONGs e personalidades britânicas estão criticando o teor da campanha, como sendo uma convite à “luxúria desenfreada”, ou mesmo taxando-a de pornográfica. Paradoxalmente, alguns funcionários do próprio NHS não puderam ver o vídeo, pois os sistema de rede do Departamento bloqueou-o como pornô. E de fato as “Sugestões de outros Vídeos” que aparecem no lado direito da página do YouTube, uma vez aberto o vídeo, têm muito pouco de “educacional”, no sentido convencional da palavra.

O PENSAMENTO JORNALÍSTICO PORTUGUÊS

Como foi pensado o jornalismo em Portugal até à Revolução de 1974?
Foi esta a grande questão que balizou a produção deste livro coletivo, no âmbito de um projeto de investigação financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia. O trabalho foi coordenado por Jorge Pedro Sousa e com contribuições de Mário Pinto, Ricardo Jorge Pinto, Gabriel Silva, Nair Silva, Carlos Duarte, Eduardo Zilles Borba, Mônica Delicato, Patrícia Teixeira e Patrísia Ciancio.Os dois volumes da obra estão disponíveis para livre download no Projeto Livros Labcom da Universidade da Beira Interior.

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